O delegado Rafael Liedtke, da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Cachoeirinha, autuou em flagrante na noite dessa terça-feira (22/05) uma mulher, de 54 anos, suspeita de ser a mentora intelectual da morte de um policial civil aposentado, de 60 anos. O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (21/05), com indícios de tortura, na residência dele, no Parque Silveira Martins, em Cachoeirinha. Um celular e um revólver calibre 38 foram roubados. Ela foi autuada por homicídio qualificado com três qualificadores – tortura, recurso que impossibilitou a defesa e promessa de recompensa – e roubo majorado, também com três tipificações – concurso de agentes, restrição da liberdade da vítima e emprego de arma branca. A mulher – que teve a prisão preventiva solicitada – foi encaminhada para a Penitenciária Feminina Madre Pelletier.
Segundo o delegado Liedtke, o casal teria sido surpreendido por dois homens que invadiram a residência. Ainda no local do crime a Polícia já suspeitava de que a mulher estaria envolvida, pois ela foi retirada do quarto, amarrada na cozinha e nada ouviu. O policial foi amarrado no quarto, agredido e esfaqueado. Depois ela conseguiu se soltar e chamar a Polícia – relatou o delegado.
Apesar da vítima ser um homem forte, não havia vestígios de luta no local. Ele foi encontrado amarrado, com uma corda no pescoço e um cinto na boca. A vítima também teve um dedo arrancado e havia sinais de facadas – um corte profundo na jugular, próximo ao pescoço, um no queixo e vários na cabeça. A causa da morte do policial deverá ser esclarecida pela perícia, inclusive foi solicitado um exame toxicológico completo, para verificar se ele não foi sedado pela mulher – declarou o delegado.
A mulher foi conduzida à 1ª DP, para prestar esclarecimentos, logo após o crime. Ela acabou confessando ao delegado, na presença de advogado e de duas filhas, o que teria ocorrido. De acordo com mulher, há 15 dias atrás ela teria ido em uma vila, na região metropolitana, e acertado com um homem para fazer um serviço. Ele teria que entrar pela porta dos fundos, que ficaria destrancada, e retirar a arma do policial, pois ela tinha medo de arma. Para tanto, o homem receberia R$250,00. O indivíduo teria dito que apenas ficaria com a arma, não precisaria, portanto, do pagamento. Às 17 horas de segunda-feira (21/05), a suspeita de ser mentora do crime teria recebido uma ligação do indivíduo, confirmando que seria naquele dia.
De acordo com o delegado, o casal teve um relacionamento estável de 2000 a 2008, quando houve uma separação conturbada. Naquele ano, o policial chegou a registrar quatro ocorrências contra ela. Em uma delas, a mulher ameaçava o policial de morte. O policial teria registrado que ela “pagaria R$ 15.000,00 para um homem furar os olhos dele, para ele chorar até a morte”. Entre os familiares da vítima e da mulher, há boatos de que há duas ações judiciais de reconhecimento de união estável e separação de bens. As investigações prosseguem para esclarecer este e outros pontos, bem como prender os dois homens – relata o delegado Liedtke.
Fonte: Polícia Civil – RS
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